Wednesday, September 28, 2011

Evangelho do Dia

Quarta-feira, dia 28 de Setembro de 2011

Quarta-feira da 26ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : S. Venceslau, rei da Boémia, mártir, +935,  S. Lourenço Ruiz e companheiros, mártires, ++1633-37

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Um companheiro de São Francisco de Assis : «O Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça»

Evangelho segundo S. Lucas 9,57-62.
Naquele tempo, enquanto Jesus e os seus discípulos iam a caminho de Jerusalém, alguém disse-Lhe: «Hei-de seguir-te para onde quer que fores.»
Jesus respondeu-lhe: «As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.»
E disse a outro: «Segue-me.» Mas ele respondeu: «Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar o meu pai.»
Jesus disse-lhe: «Deixa que os mortos sepultem os seus mortos. Quanto a ti, vai anunciar o Reino de Deus.»
Disse-lhe ainda outro: «Eu vou seguir-te, Senhor, mas primeiro permite que me despeça da minha família.»
Jesus respondeu-lhe: «Quem olha para trás, depois de deitar a mão ao arado, não está apto para o Reino de Deus.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - http://www.capuchinhos.org/



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Um companheiro de São Francisco de Assis (séc. XIII)
Sacrum commercium, 22
«O Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça»
Ó Senhora Pobreza, o filho do Pai soberano enamorou-Se da tua formosura (Sb 8,2) [...], sabendo que serias a mais fiel das companheiras. Antes de Ele ter descido da Sua pátria luminosa, foste tu quem lhe preparou um lugar conveniente, um trono onde Se sentar, um leito onde descansar: a paupérrima Virgem, de quem nasceu. Desde o Seu nascimento estiveste à Sua cabeceira; deitaram-nO «numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria» (Lc 2,7). E tu acompanhaste-O sempre, enquanto Ele esteve na terra: «as raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça». Quando começou a ensinar, depois de ter deixado os profetas falarem em Seu nome, foi a ti quem primeiro Ele elogiou: «Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu!» (Mt 5,3).


Depois, ao escolher alguns amigos como Suas testemunhas para a salvação da humanidade, não foi por comerciantes ricos que optou, mas por modestos pescadores, para a todos mostrar o quanto a estima que te tem, Senhora Pobreza, devia gerar amor por ti. Por fim, como se fosse necessária uma prova gloriosa e definitiva do teu valor, da tua nobreza, da tua coragem e da tua proeminência sobre as outras virtudes, foste a única a manter-te ligada ao Rei da glória, enquanto os amigos escolhidos o abandonaram.


Companheira fiel, terna amante, nem por um instante O deixaste; a Ele cada vez mais ligada ficaste, à medida que O vias mais e mais universalmente desprezado [...]. Foste tu a única a consolá-lO. Não O deixaste até à morte, «e morte de cruz» (Fl 2,8), nu, com os braços abertos em esforço, com as mãos e os pés trespassados por pregos [...], de tal forma que nada mais Lhe restava para mostrar da Sua glória para além de ti.



Terça-feira, dia 27 de Setembro de 2011

Terça-feira da 26ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : S. Vicente de Paulo, presbítero, fundador, +1660

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São Boaventura : Jesus dirigiu-Se resolutamente para Jerusalém

Evangelho segundo S. Lucas 9,51-56.
Como estavam a chegar os dias de ser levado deste mundo, Jesus dirigiu-se resolutamente para Jerusalém
e enviou mensageiros à sua frente. Estes puseram-se a caminho e entraram numa povoação de samaritanos, a fim de lhe prepararem hospedagem.
Mas não o receberam, porque ia a caminho de Jerusalém.
Vendo isto, os discípulos Tiago e João disseram: «Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma?»
Mas Ele, voltando-se, repreendeu-os.
E foram para outra povoação.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - http://www.capuchinhos.org/



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja
Itinerário da alma para Deus, 7 (trad: Breviário)
Jesus dirigiu-Se resolutamente para Jerusalém
Cristo é o caminho e a porta. Cristo é a escada e o veículo, [...] e o sacramento escondido desde os séculos. Quem olha para este propiciatório de rosto plenamente voltado para Ele, contemplando-O suspenso na cruz com fé, esperança e caridade, com devoção, admiração e alegria, com veneração, louvor e júbilo, realiza com Ele a Páscoa, isto é, a passagem. E assim, por meio da vara da cruz, atravessa o Mar Vermelho. [...] Nesta passagem, se for perfeita, é necessário que se deixem todas as operações intelectivas e que o ápice mais sublime do amor seja transferido e transformado totalmente em Deus. Isto porém é uma realidade mística e ocultíssima, que «ninguém conhece a não ser quem recebe» (Ap 2,17), que ninguém recebe senão quem deseja, nem deseja senão aquele que é inflamado, até à medula da alma, pelo fogo do Espírito Santo, que Cristo enviou à terra. Por isso diz o Apóstolo que esta sabedoria mística é revelada pelo Espírito Santo.


Se pretendes saber como isto sucede, interroga a graça e não a ciência [...], a nuvem e não a claridade. Não interrogues a luz, mas o fogo que tudo inflama e transfere para Deus, com unção suavíssima e ardentíssimos afectos. Este fogo é Deus; «a Sua fornalha está em Jerusalém» (Is 31,9). Cristo acendeu-o na chama da Sua ardentíssima Paixão. [...] Quem ama esta morte pode ver a Deus, porque é indubitavelmente verdade que «nenhum homem poderá ver-Me e continuar a viver» (Ex 33,20).


Morramos, pois, e entremos nessa nuvem; imponhamos silêncio às preocupações terrenas, paixões e imaginações; passemos, com Cristo crucificado, «deste mundo para o Pai» (Jo 13,1), a fim de que, ao manifestar-se-nos o Pai, digamos com o apóstolo Filipe: «Isso nos basta» (Jo 14,8); e ouçamos com São Paulo: «Basta-te a Minha graça» (2Cor 12,9); e exultemos com David, exclamando: «Desfalece a minha carne e o meu coração: Deus é o meu refúgio e a minha herança para sempre» (Sl 72,26).



Segunda-feira, dia 26 de Setembro de 2011

Segunda-feira da 26ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : S. Cosme e S. Damião, médicos, mártires, +303

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Concílio Vaticano II: «Quem não é contra vós é por vós»

Evangelho segundo S. Lucas 9,46-50.
Naquele tempo, veio então ao pensamento dos discípulos qual deles seria o maior.
Conhecendo Jesus os seus pensamentos, tomou um menino, colocou-o junto de si
e disse-lhes: «Quem acolher este menino em meu nome, é a mim que acolhe, e quem me acolher a mim, acolhe aquele que me enviou; pois quem for o mais pequeno entre vós, esse é que é grande.»
João tomou a palavra e disse: «Mestre, vimos alguém expulsar demónios em teu nome e impedimo-lo, porque ele não te segue juntamente connosco.»
Jesus disse-lhe: «Não o impeçais, pois quem não é contra vós é por vós.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - http://www.capuchinhos.org/



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Concílio Vaticano II
Constituição sobre a Igreja no mundo contemporâneo, « Gaudium et spes », § 92
«Quem não é contra vós é por vós»
Em virtude da sua missão de iluminar o mundo inteiro com a mensagem de Cristo e de reunir sob um só Espírito todos os homens, de qualquer nação, raça ou cultura, a Igreja constitui um sinal daquela fraternidade que torna possível e fortalece o diálogo sincero.


Isto exige, em primeiro lugar, que, reconhecendo toda a legítima diversidade, promovamos na própria Igreja a mútua estima, respeito e concórdia, em ordem a estabelecer entre todos os que formam o Povo de Deus, pastores ou fiéis, um diálogo cada vez mais fecundo. Porque o que une entre si os fiéis é bem mais forte do que o que os divide: haja unidade no necessário, liberdade no que é duvidoso, e em tudo caridade.
Abraçamos também em espírito os irmãos que ainda não vivem em plena comunhão connosco, e as suas comunidades, com os quais estamos unidos na confissão do Pai, Filho e Espírito Santo [...]. Voltamos também o nosso pensamento para todos os que reconhecem Deus e guardam nas suas tradições preciosos elementos religiosos e humanos, desejando que um diálogo franco nos leve a todos a receber com fidelidade os impulsos do Espírito e a segui-los com entusiasmo.


Pela nossa parte, o desejo de um tal diálogo, guiado apenas pelo amor pela verdade e com a necessária prudência, não exclui ninguém; nem aqueles que cultivam os altos valores do espírito humano, sem ainda conhecerem o seu Autor; nem aqueles que se opõem à Igreja, e de várias maneiras a perseguem. Como Deus Pai é o princípio e o fim de todos eles, todos somos chamados a ser irmãos. Por isso, chamados pela mesma vocação humana e divina, podemos e devemos cooperar pacificamente, sem violência nem engano, na edificação do mundo na verdadeira paz.

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