Wednesday, October 28, 2015



Evangelho do dia - 28 de Outubro/2015 - S. Lucas 6,12-19.
Naqueles dias, Jesus subiu ao monte para rezar e passou a noite em oração a Deus.
Quando amanheceu, chamou os discípulos e escolheu doze entre eles, a quem deu o nome de apóstolos:
Simão, a quem deu também o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu,
Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado o Zelota;
Judas, irmão de Tiago, e Judas Iscariotes, que veio a ser o traidor.
Depois desceu com eles do monte e deteve-Se num sítio plano, com numerosos discípulos e uma grande multidão de pessoas de toda a Judeia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e de Sidónia.
Tinham vindo para ouvir Jesus e serem curados das suas doenças. Os que eram atormentados por espíritos impuros também ficavam curados.
Toda a multidão procurava tocar Jesus, porque saía d’Ele uma força que a todos sarava.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo, doutor da Igreja
Comentários sobre o evangelho de João
«Escolheu doze entre eles, a quem deu o nome de apóstolos»

Nosso Senhor Jesus Cristo instituiu guias e mestres para o mundo inteiro, e «dispensadores dos mistérios divinos» (1Cor 4,1). E ordenou-lhes que brilhassem e iluminassem como archotes, não só os judeus […], mas os homens que habitam em toda a superfície da terra. É, portanto, verdadeira esta palavra de São Paulo: «Ninguém atribui esta honra a si mesmo; recebemo-la por vocação de Deus» (Heb 5,4). […]


Se Ele achava que devia enviar os seus discípulos como o Pai o tinha enviado a Ele (Jo 20,21), era necessário que estes, chamados a ser seus seguidores, descobrissem para que tarefa tinha o Pai enviado o Filho. Por isso nos explicou de diversas maneiras o carácter da sua própria missão. Disse um dia: «Não vim chamar os justos, mas os pecadores, para que eles se convertam» (Lc 5,32). E também: «Eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou» (Jo 6,38). E de outra vez: «Deus não enviou o seu Filho ao mundo para o julgar, mas para que o mundo seja salvo por Ele» (Jo 3,17).


Resumia em algumas palavras a função dos apóstolos, dizendo que os tinha enviado como o Pai O tinha enviado a Ele; saberiam assim que lhes competia chamar os pecadores à conversão, cuidar dos doentes, corporal e espiritualmente e, nas suas funções de dispensadores, não procurar de modo algum fazer a sua própria vontade, mas a vontade daquele que os tinha enviado, a fim de salvarem o mundo na medida em que ele aceitasse os ensinamentos do Senhor.

Thursday, October 15, 2015



Evangelho do dia - 15 de Outubro/2015 - S. Lucas 11,47-54.
Naquele tempo, disse o Senhor aos doutores da lei: «Ai de vós, porque edificais os túmulos dos profetas, quando foram os vossos pais que os mataram.
Assim dais testemunho e aprovação às obras dos vossos pais, porque eles mataram-nos e vós levantais os monumentos.
É por isso que a Sabedoria de Deus disse: ‘Eu lhes enviarei profetas e apóstolos; e eles hão-de matar uns e perseguir outros’.
Mas Deus vai pedir contas a esta geração do sangue de todos os profetas, que foi derramado desde a criação do mundo,
desde o sangue de Abel até ao sangue de Zacarias, que pereceu entre o altar e o Santuário. Sim, Eu vos digo que se pedirão contas a esta geração.
Ai de vós, doutores da lei, porque tirastes a chave da ciência: vós não entrastes e impedistes os que queriam entrar!».
Quando Jesus saiu dali, os escribas e os fariseus começaram a persegui-l’O terrivelmente e a provocá-l’O com perguntas sobre muitas coisas,
armando-Lhe ciladas, para O surpreenderem nalguma palavra da sua boca.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Gregório de Nazianzo (330-390), bispo, doutor da Igreja
3º discurso teológico
Começaram a persegui-Lo terrivelmente e a provocá-Lo

Houve um tempo em que Aquele que agora desprezas estava acima de ti; em que Aquele que agora é homem era eternamente perfeito. Ele estava no princípio, sem causa; depois, submeteu-Se às contingências deste mundo. [...] Fê-lo para te salvar, a ti que O insultas, a ti que desprezas a Deus só porque Ele tomou a tua natureza grosseira. […]


Ele foi envolvido em panos mas, ao levantar-Se do túmulo, libertou-Se da sua mortalha. Deitaram-No numa manjedoura, mas foi glorificado pelos anjos, anunciado por uma estrela, adorado pelos Magos. [...] Teve de fugir para o Egipto, mas libertou esse país da superstição. Não tinha «forma nem beleza» (Is 53,2) diante dos seus inimigos, mas para David era «o mais belo dos filhos dos homens» (Sl 44,3) e resplandeceu no alto da montanha, mais deslumbrante do que o sol (Mt 17,1ss). Como homem foi baptizado, mas como Deus apagou os nossos pecados; Ele não precisava de ser purificado, mas quis santificar as águas. Como homem foi tentado, mas como Deus triunfou, Ele que «venceu o mundo» (Jo 16,8). [...] Teve fome, mas alimentou milhares, Ele que é «o pão vivo descido do céu» (Jo 6,48). Teve sede, mas exclamou: «Se alguém tem sede, que venha a Mim e beba» (Jo 7,37). [...] Conheceu a fadiga, mas é o repouso de todos os que «andam sobrecarregados e abatidos» (Mt 11,28). [...] Deixou que Lhe chamassem «samaritano e possesso do demónio» (Jo 8,48), mas é Ele quem salva o homem que caiu nas mãos dos salteadores (Lc 10,29ss) e afugenta os demónios. [...] Ora, mas é Ele mesmo quem escuta as orações. [...] Chora, mas é Ele mesmo que faz cessar as lágrimas. É vendido por preço vil, mas é Ele quem resgata o mundo e por um grande preço: o seu próprio sangue.


Como ovelha é conduzido à morte, mas é Ele quem conduz Israel às verdadeiras pastagens (Ez 34,14), tal como hoje o faz com a terra inteira. Como cordeiro cala-Se, mas Ele é a Palavra anunciada pela voz daquele que clama no deserto (Mc 1,3). Foi enfermo e ferido; mas é Ele que cura toda a doença e toda a enfermidade (Mt 9,35). Foi elevado sobre o madeiro e nele foi pregado, mas é Ele quem nos restaura pela árvore da vida. [...] Morre, mas faz viver e destrói a morte. Foi sepultado, mas ressuscita e, subindo ao céu, liberta as almas dos infernos.

Friday, October 9, 2015



Evangelho do dia - 09 de Outubro/2015 - S. Lucas 11,15-26.
Naquele tempo, Jesus expulsou um demónio, mas alguns dos presentes disseram: «É por Belzebu, príncipe dos demónios, que Ele expulsa os demónios».
Outros, para O experimentarem, pediam-Lhe um sinal do céu.
Mas Jesus, que conhecia os seus pensamentos, disse: «Todo o reino dividido contra si mesmo, acaba em ruínas e cairá casa sobre casa.
Se Satanás está dividido contra si mesmo, como subsistirá o seu reino? Vós dizeis que é por Belzebu que Eu expulso os demónios.
Ora, se Eu expulso os demónios por Belzebu, por quem os expulsam os vossos discípulos? Por isso eles mesmos serão os vossos juízes.
Mas se Eu expulso os demónios pelo dedo de Deus, então quer dizer que o reino de Deus chegou até vós.
Quando um homem forte e bem armado guarda o seu palácio, os seus bens estão em segurança.
Mas se aparece um mais forte do que ele e o vence, tira-lhe as armas em que confiava e distribui os seus despojos.
Quem não está comigo está contra Mim e quem não junta comigo dispersa.
Quando o espírito impuro sai do homem, anda a vaguear por lugares desertos à procura de repouso. Como não o encontra, diz consigo: ‘Voltarei para a casa de onde saí’.
Quando lá chega, encontra-a varrida e arrumada. Então vai e toma consigo sete espíritos piores do que ele, que entram e se instalam nela.
E o último estado daquele homem torna-se pior do que o primeiro».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Santo Ireneu de Lyon (c. 130-c. 208), bispo, teólogo, mártir
Contra as heresias
«Mas se Eu expulso os demónios pelo dedo de Deus, então quer dizer que o reino de Deus chegou até vós.»

Henoc, por ter andado na presença de Deus, foi transferido para o céu no seu corpo, prefigurando assim a transferência dos justos. Também Elias foi elevado tal como se encontrava na substância da sua carne formada (2Rs 2,11), profetizando desse modo o levantamento dos homens espirituais. Os seus corpos não puseram nenhum obstáculo a esta transferência e a este levantamento: foi pelas mesmas mãos pelas quais foram formados no princípio (Gn 2,7) que foram transferidos e elevados. Porque, em Adão, as mãos de Deus acostumaram-se a dirigir, a reter e a levar a obra formada por elas, a transportá-la a colocá-la onde queriam. Onde foi pois colocado o primeiro homem? No paraíso, sem dúvida, segundo o que diz a Escritura: «E Deus plantou um jardim no Éden, ao oriente, e nele colocou o homem que havia formado» (Gn 2,8). E foi de lá que ele foi expulso para este mundo, por ter desobedecido. […]


Parece impossível a alguém que os homens vivam tanto tempo como os primeiros patriarcas? Que Elias tenha sido elevado ao céu na sua carne? Jonas, depois de ter sido precipitado no fundo do mar e engolido por um peixe, foi lançado são e salvo no rio por ordem de Deus. Ananias, Azarias e Misael, lançados numa fornalha ardente, não sofreram nenhum mal e nem mesmo o cheiro do fogo ficou neles (Dn 3,50). Se a mão de Deus os assistiu e realizou neles coisas extraordinárias e impossíveis à natureza humana, porque será inverosímil que, naqueles que foram transferidos, esta mesma mão tenha também realizado uma coisa extraordinária, executando a vontade do Pai? Ora, esta mão é o Filho de Deus (cf Dn 3,25).

Thursday, October 8, 2015



Evangelho do dia - 8 de Outubro/2015 - S. Lucas 11,5-13.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se algum de vós tiver um amigo, poderá ter de ir a sua casa à meia-noite, para lhe dizer: ‘Amigo, empresta-me três pães,
porque chegou de viagem um dos meus amigos e não tenho nada para lhe dar’.
Ele poderá responder lá de dentro: ‘Não me incomodes; a porta está fechada, eu e os meus filhos já nos deitámos; não posso levantar-me para te dar os pães’.
Eu vos digo: Se ele não se levantar por ser amigo, ao menos, por causa da sua insistência, levantar-se-á para lhe dar tudo aquilo de que precisa.
Também vos digo: Pedi e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei à porta e abrir-se-vos-á.
Porque quem pede recebe; quem procura encontra, e a quem bate à porta, abrir-se-á.
Se um de vós for pai e um filho lhe pedir peixe, em vez de peixe dar-lhe-á uma serpente?
E se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á um escorpião?
Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Tomás de Aquino (1225-1274), teólogo dominicano, doutor da Igreja
Compêndio de teologia
Convém ao homem rezar

Segundo o projecto providencial de Deus, Ele deu a tudo o que existe o meio de alcançar a sua conclusão como convém à sua natureza. Os homens também receberam, para obter o que esperam de Deus, um meio adaptado à condição humana. Esta condição quer que o homem se sirva da oração para obter de outrem o que espera, sobretudo se aquele a quem se dirige lhe é superior. É por isso que é recomendado aos homens rezarem para obterem de Deus aquilo que esperam receber dele. Mas a necessidade de implorar é diferente conforme se trate de obter algo de um homem ou de Deus.


Quando a súplica se dirige a um homem, tem de exprimir primeiro o desejo e a necessidade de quem implora. É preciso também que dobre, até o fazer ceder, o coração daquele a quem implora. Ora estes elementos não têm lugar na oração feita a Deus. Ao rezar, não temos de nos preocupar em manifestar os nossos desejos ou as nossas necessidades a Deus, pois Ele tudo conhece. Assim, o salmista diz ao Senhor: «Todos os meus desejos estão diante de Ti» (Sl 37,10). E lemos no Evangelho: «Vosso Pai sabe que tendes necessidade de tudo isso» (Mt 6,8). Não se trata de dobrar, por palavras humanas, a vontade divina, levando-a a querer o que não queria, porque está dito no livro dos Números: «Deus não é como um homem, para mentir, nem filho de Adão, para mudar» (23,19).

Wednesday, October 7, 2015



Evangelho do dia - 7 de Outubro, 2015 - S. Lucas 11,1-4.
Naquele tempo, estava Jesus em oração em certo lugar. Ao terminar, disse-Lhe um dos discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar, como João Baptista ensinou também os seus discípulos».
Disse-lhes Jesus: «Quando orardes, dizei: ‘Pai, santificado seja o vosso nome; venha o vosso reino;
dai-nos em cada dia o pão da nossa subsistência;
perdoai-nos os nossos pecados, porque também nós perdoamos a todo aquele que nos ofende; e não nos deixeis cair em tentação’».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Santa Teresa de Ávila (1515-1582), carmelita descalça, doutora da Igreja
Caminho de Perfeição, cap. 30
A oração introduz-nos desde já no reino de Deus

«Santificado seja o vosso nome. Venha a nós o vosso Reino.» Admirai aqui, minhas filhas, a imensa sabedoria do nosso Mestre! Que queremos nós quando pedimos esse Reino? [...] Nosso Senhor conhecia a nossa extrema fraqueza. Ele sabia que nós éramos incapazes de santificar, de louvar, de exaltar, de glorificar o nome santíssimo do Pai eterno duma forma conveniente, a menos que Ele atendesse a isso, dando-nos o seu Reino já cá em baixo. Foi exactamente por isso que o bom Jesus juntou aqui estes dois pedidos. [...]


Em minha opinião, um dos grandes bens que encerra o Reino do Céu é estarmos afastados de todas as coisas da terra; aí, gozamos um repouso e uma beatitude íntimas, e participamos da alegria de todos numa paz perpétua, na felicidade profunda que provém de vermos todos os eleitos santificarem e louvarem o Senhor, abençoando o seu nome, sem que ninguém que O ofenda. Todos O amam, e a alma não tem outra ocupação que não seja amá-Lo, e não pode deixar de O amar porque O conhece.


Pois bem! Se nós pudéssemos conhecê-Lo, amá-Lo-íamos do mesmo modo cá em baixo, não todavia tão perfeitamente nem com essa estabilidade, mas enfim, amá-Lo-íamos de modo diferente de como O amamos. [...] Aquilo de que estamos a tratar é possível à alma, já neste exílio, com a graça de Deus. Mas, na verdade, ela não pode atingi-lo perfeitamente [...] pois ainda navegamos no mar deste mundo, e continuamos a ser viajantes. Há contudo momentos em que o Senhor, vendo-nos fatigados do caminho, põe todas as nossas forças na calma e a nossa alma na quietude. Então, Ele revela claramente, por um certo ante-gosto, qual é o sabor da recompensa reservada àqueles que introduz no seu Reino.