Tuesday, October 11, 2011

Evangelho do Dia

Terça-feira, dia 11 de Outubro de 2011

Terça-feira da 28 semana do Tempo Comum


Santo do dia : S. Maria Soledade Torres, virgem, fundadora, +1887,  Nossa Senhora de Vandoma,  Beato João XXIII, papa, +1964

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São Clemente de Roma: Purificar o interior do nosso coração

Evangelho segundo S. Lucas 11,37-41.
Naquele tempo, depois de Jesus ter falado, um fariseu convidou-o para almoçar na sua casa; Jesus entrou e pôs-se à mesa.
O fariseu admirou-se de que Ele não se tivesse lavado antes da refeição.
O Senhor disse-lhe: «Vós, os fariseus, limpais o exterior do copo e do prato, mas o vosso interior está cheio de rapina e de maldade.
Insensatos! Aquele que fez o exterior não fez também o interior?
Antes, dai esmola do que possuís, e para vós tudo ficará limpo.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

São Clemente de Roma, papa de 90 a 100, aproximadamente
Epístola aos Coríntios, 14-16
Purificar o interior do nosso coração
É justo e santo, irmãos, obedecer a Deus em vez de seguir os agitadores orgulhosos. [...] Juntemo-nos àqueles que, com piedade, põem em prática a paz, não aos que fingem querer a paz. Com efeito está dito: «Este povo aproxima-se de Mim só com palavras e honra-me só com os lábios, pois o seu coração está longe de Mim» (Is 29,13; Mc 7,6). E ainda: «Abençoam com a boca, mas amaldiçoam com o coração»  (Sl 61,5). E também: «Mas logo O enganavam com a boca e Lhe mentiam com a língua. Os seus corações não eram leais com Ele, nem fiéis à Sua aliança» (Sl 77,36). [...]


Com efeito, Cristo pertence aos que são humildes de coração e não aos que se elevam acima do Seu rebanho. O ceptro da majestade de Deus (cf Heb 1,8), o Senhor Jesus Cristo, não veio acompanhado pela vaidade nem pelo orgulho ─ e no entanto poderia fazê-lo ─, mas pela humildade de coração, como o Espírito Santo tinha dito acerca d'Ele: «Quem acreditou no Nosso anúncio? A quem foi revelado o braço do Senhor? O servo cresceu diante do Senhor como um rebento, como raiz em terra árida, sem figura nem beleza. Vimo-Lo sem aspecto atraente» (Is 53,1-3). [...] Vedes assim, bem-amados, o modelo que vos foi dado. Se o Senhor Se humilhou desta maneira, que deveremos fazer nós, a quem Ele permitiu que caminhemos sob o jugo da Sua graça?



Segunda-feira, dia 10 de Outubro de 2011

Segunda-feira da 28ª semana do Tempo Comum

Naquele tempo, aglomerva-se uma grande multidão à vlta de Jesus e Ele começou a dizer: «Esta geração é uma geração perversa; pede um sinal, mas não lhe será dado sinal algum, a não ser o de Jonas.
Pois, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim o será também o Filho do Homem para esta geração.
A rainha do Sul há-de levantar-se, na altura do juízo, contra os homens desta geração e há-de condená-los, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; ora, aqui está quem é maior do que Salomão!
Os ninivitas hão-de levantar-se, na altura do juízo, contra esta geração e hão-de condená-la, porque fizeram penitência ao ouvir a pregação de Jonas; ora, aqui está quem é maior do que Jonas.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

São Romano, o Melodista (c. 560), compositor de hinos
Hino «Nínive»; SC 99
«Assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim o será também o Filho do Homem para esta geração»
Tu previste o desespero de Nínive, desviaste a ameaça já profetizada, e a Tua misericórdia venceu a Tua cólera, Senhor. Tem piedade, também nos dias de hoje, do Teu povo e da Tua cidade; derruba os nossos adversários com a Tua mão poderosa, por intercessão da Mãe de Deus, acolhendo o nosso arrependimento.


O hospital do arrependimento está aberto a todas as doenças morais: vinde, apressemo-nos a recorrer a ele e a tomar vigor para as nossas almas. Foi pelo arrependimento que a pecadora encontrou a salvação, que Pedro foi libertado das suas negações, que David pôs fim ao sofrimento do seu coração, e foi por ele que os ninivitas foram curados (Lc 7,50; 2S 12,13). Portanto, não hesitemos, levantemo-nos, mostremos a nossa ferida ao Salvador e deixemos que Ele nos cure. Porque Ele ultrapassa todo o nosso desejo, tal é o acolhimento que faz do nosso arrependimento.


Nunca são exigidos honorários aos que O procuram, porque eles nunca poderiam oferecer um presente do mesmo valor da cura. Recuperaram a saúde gratuitamente, mas deram o que podiam dar: em vez de presentes, lágrimas, que são, para este Libertador, objectos preciosos de amor e desejo. Disso são testemunhas a pecadora, Pedro, David e os ninivitas, pois levaram apenas os seus gemidos quando foram ter aos pés do Libertador, e Ele acolheu o seu arrependimento.


As lágrimas são muitas vezes mais fortes que Deus, se assim podemos dizer, e fazem violência sobre Ele; porque o Misericordioso Se deixa alegremente acorrentar pelas lágrimas, pelo menos pelas lágrimas do espírito (cf. 2Cor 7,10). [...] Choremos, portanto, com o coração, à maneira dos ninivitas que, graças à contrição, abriram o céu e chamaram a atenção do Libertador, que recebeu o seu arrependimento.

Sunday, October 9, 2011

Evangelho do Dia

Domingo, dia 09 de Outubro de 2011

28º Domingo do Tempo Comum - Ano A

Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se de novo aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo e, falando em parábolas, disse-lhes:
«O Reino do Céu é comparável a um rei que preparou um banquete nupcial para o seu filho.
Mandou os servos chamar os convidados para as bodas, mas eles não quiseram comparecer.
De novo mandou outros servos, ordenando-lhes: 'Dizei aos convidados: O meu banquete está pronto; abateram-se os meus bois e as minhas reses gordas; tudo está preparado. Vinde às bodas.’
Mas eles, sem se importarem, foram um para o seu campo, outro para o seu negócio.
Os restantes, apoderando-se dos servos, maltrataram-nos e mataram-nos.
O rei ficou irado e enviou as suas tropas, que exterminaram aqueles assassinos e incendiaram a sua cidade.
Disse, depois, aos servos: 'O banquete das núpcias está pronto, mas os convidados não eram dignos.
Ide, pois, às saídas dos caminhos e convidai para as bodas todos quantos encontrardes.’
Os servos, saindo pelos caminhos, reuniram todos aqueles que encontraram, maus e bons, e a sala do banquete encheu-se de convidados.
Quando o rei entrou para ver os convidados, viu um homem que não trazia o traje nupcial.
E disse-lhe: 'Amigo, como entraste aqui sem o traje nupcial?’ Mas ele emudeceu.
O rei disse, então, aos servos: 'Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.’
Porque muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

São Gregório Magno (c. 540-604), papa e Doutor da Igreja
Homilias sobre o Evangelho, nº 38
«Felizes os convidados para as núpcias do Cordeiro» (Ap 19, 9)
Compreendestes quem é o Rei, Pai de um Filho que também é Rei? É Aquele acerca de Quem o salmista afirmava: «Ó Deus, dai o Vosso juízo ao rei e a Vossa justiça ao filho do rei» (71, 1). [...] Ele «preparou um banquete nupcial para o seu filho»; ou seja, o Pai celebra as núpcias do Rei Seu Filho, a união da Igreja com Ele, no mistério da encarnação. E o seio da Virgem Maria foi o quarto nupcial deste Esposo. Por isso, há outro salmo que diz: «Do sol fez a Sua tenda, Ele mesmo é como um esposo que sai do seu pavilhão de núpcias» (18, 5-6). [...]


Ele mandou os servos convidar os amigos para esta boda. Enviou-os uma vez, e depois uma segunda vez, ou seja, primeiro os profetas, depois os apóstolos, a anunciar a encarnação do Senhor. [...] Pelos profetas, anunciou como futura a encarnação do Seu Filho único, pelos apóstolos pregou-a, depois de realizada.


«Mas eles, sem se importarem, foram um para o seu campo, outro para o seu negócio»; ir para o campo consiste em prestar atenção exclusivamente às tarefas deste mundo; ir para o negócio consiste em procurar avidamente o próprio lucro nos negócios deste mundo. Um e outro esquecem o mistério da encarnação, não conformando a sua vida com ele. [...] Mais grave ainda é o caso daqueles que, não se contentando em desprezar os favores Daquele que os chama, ainda O perseguem. [...] Mas o Senhor não ficará com lugares vazios no festim das núpcias do Rei Seu Filho. Manda procurar outros convivas, porque a Palavra de Deus, permanecendo embora ainda ignorada por muitos, encontrará um dia onde repousar. [...]


Mas vós, irmãos, que pela graça de Deus já entrastes na sala do festim, isto é, na Santa Igreja, examinai-vos atentamente, não vá acontecer que, ao entrar, o Rei encontre algum reparo a fazer na veste da vossa alma.



Sabado, dia 08 de Outubro de 2011

Sábado da 27ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : Santa Taís, penitente, séc. IV,  S. Simeão, teólogo, +1022

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Santo Agostinho : «Felizes as entranhas que Te trouxeram»

Evangelho segundo S. Lucas 11,27-28.
Naquele tempo, enquanto Jesus falava à multidão, uma mulher, levantando a voz no meio da multidão, disse: «Felizes as entranhas que te trouxeram e os seios que te amamentaram!»
Ele, porém, retorquiu: «Felizes, antes, os que escutam a Palavra de Deus e a põem em prática.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (África do Norte) e doutor da Igreja
Sermão sobre o Evangelho de Mateus, n° 25, 7-8; PL 46, 937
«Felizes as entranhas que Te trouxeram»
Tomai atenção ao que Cristo diz, indicando com a mão os discípulos: «Aí estão Minha mãe e Meus irmãos». E em seguida: «Pois todo aquele que fizer a vontade de Meu Pai que está nos céus, esse é Meu irmão, Minha irmã e Minha mãe» (Mt 12,49-50). Não fez a Virgem Maria a vontade do Pai, Ela que acreditou pela fé, que concebeu pela fé? [...] Sim, Santa Maria fez a vontade do Pai e, consequentemente, [...] Maria era bem-aventurada porque, antes mesmo de dar à luz o Mestre, trouxe-O no seu seio.


Vede se aquilo que eu digo não é verdade. Enquanto o Senhor caminhava, seguido pela multidão e realizando milagres divinos, uma mulher exclamou: «Felizes as entranhas que Te trouxeram e os seios que Te amamentaram!» E que replicou o Senhor, para evitar que a tónica da felicidade fosse colocada na carne? «Felizes, antes, os que escutam a Palavra de Deus e a põem em prática!» Ou seja, Maria também é feliz porque escutou a palavra de Deus e a pôs em prática; mais do que guardar a carne no seu seio, guardou a verdade na sua alma. A Verdade é Cristo; a carne é Cristo. A verdade é Cristo na alma de Maria; a carne é Cristo no seio de Maria. Aquilo que está na alma é mais do que o que está no seio. Santa Maria, feliz Maria! [...]


Mas vós, meus caros, vede que sois corpo de Cristo e Seus membros (1Co 12,27). [...] «Pois aquele que faz a vontade de Meu Pai que está nos céus, esse é Meu irmão, Minha irmã e Minha mãe». [...] Porque só há uma herança. Foi por isso que Cristo, embora fosse Filho único, não quis permanecer só; na Sua misericórdia, quis que fôssemos herdeiros do Pai, que fôssemos co-herdeiros com Ele (Rm 8,17).

Friday, October 7, 2011

Evangelho do Dia

Sexta-feira, dia 07 de Outubro de 2011

Sexta-feira da 27ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : Nossa Senhora do Rosário

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São Boaventura : «Se é pelo Espírito de Deus que Eu expulso os demónios, então chegou até vós o Reino de Deus» (Mt 12,28)

Evangelho segundo S. Lucas 11,15-26.
Naquele tempo, Jesus expulsou um demónio, mas alguns dos presentes  disseram: «É por Belzebu, chefe dos demónios, que Ele expulsa os demónios.»
Outros, para o experimentarem, reclamavam um sinal do Céu.
Mas Jesus, que conhecia os seus pensamentos, disse-lhes: «Todo o reino, dividido contra si mesmo, será devastado e cairá casa sobre casa.
Se Satanás também está dividido contra si mesmo, como há-de manter-se o seu reino? Pois vós dizeis que é por Belzebu que Eu expulso os demónios.
Se é por Belzebu que Eu expulso os demónios, por quem os expulsam os vossos discípulos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes.
Mas se Eu expulso os demónios pela mão de Deus, então o Reino de Deus já chegou até vós.
Quando um homem forte e bem armado guarda a sua casa, os seus bens estão em segurança;
mas se aparece um mais forte e o vence, tira-lhe as armas em que confiava e distribui os seus despojos.
Quem não está comigo está contra mim, e quem não junta comigo, dispersa.»
«Quando um espírito maligno sai de um homem, vagueia por lugares áridos em busca de repouso; e, não o encontrando, diz: 'Vou voltar para minha casa, de onde saí.'
Ao chegar, encontra-a varrida e arrumada.
Vai, então, e toma consigo outros sete espíritos piores do que ele; e, entrando, instalam-se ali. E o estado final daquele homem torna-se pior do que o primeiro.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja
Vida de São Francisco, legenda maior, cap. 12
«Se é pelo Espírito de Deus que Eu expulso os demónios, então chegou até vós o Reino de Deus» (Mt 12,28)
Em todas as suas acções, Francisco foi auxiliado pelo «Espírito do Senhor», de Quem recebeu «a unção e a missão» (Is 61,1) e por «Cristo,  virtude e sabedoria de Deus» (1Co 1,24). [...] A sua palavra era um fogo ardente que penetrava até ao fundo dos corações e enchia de admiração todos quantos o ouviam, pois não exibia ornamentos inventados por uma inteligência humana, mas apenas espalhava o perfume das verdades reveladas por Deus.


Tal tornou-se bem perceptível um dia em que, tendo de pregar na presença do Papa e dos seus cardeais [...], tinha memorizado um sermão cuidadosamente composto. [...] Mas, uma vez diante da assembleia, esqueceu-se completamente dele, sem conseguir recordar-se de uma única palavra. Confessou-o com humildade, recolheu-se para invocar a graça do Espírito Santo e de imediato encontrou uma eloquência tão persuasiva, tão poderosa sobre a alma dos seus ilustres ouvintes, que se tornou bem claro que já não era ele quem falava, mas o Espírito do Senhor [...].


Não tinha por hábito afagar os vícios dos grandes, mas tratá-los com vigor; nem condescender com a vida dos pecadores, mas admoestá-los severamente. Com a mesma firmeza de espírito censurava pequenos e grandes e tinha a mesma alegria em falar a pequenos grupos ou a multidões. Homens e mulheres, jovens e velhos, acorriam para ver e ouvir este homem novo enviado do Céu; ele percorria as várias regiões, anunciando com fervor o Evangelho; e «o Senhor cooperava, confirmando a palavra com os sinais que a acompanhavam» (Mc 16,20). De facto, em nome do Senhor, este arauto da verdade expulsava os demónios, curava os enfermos (Mc 1, 34).


Quinta-feira, dia 06 de Outubro de 2011

Quinta-feira da 27ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : S. Bruno, eremita, +1101,  Santa Maria Francisca das Cinco Chagas, virgem, +1791,  Beato José Rubio, presbítero, operário, +1929

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Jean Tauler : «Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia» (Mt 6,11)

Evangelho segundo S. Lucas 11,5-13.
Naquele tempo, disse jesus aos seus discípulos: «Se algum de vós tiver um amigo e for ter com ele a meio da noite e lhe disser: 'Amigo, empresta-me três pães,
pois um amigo meu chegou agora de viagem e não tenho nada para lhe oferecer',
e se ele lhe responder lá de dentro: 'Não me incomodes, a porta está fechada, eu e os meus filhos estamos deitados; não posso levantar-me para tos dar'.
Eu vos digo: embora não se levante para lhos dar por ser seu amigo, ao menos, levantar-se-á, devido à impertinência dele, e dar-lhe-á tudo quanto precisar.»
«Digo-vos, pois: Pedi e ser-vos-á dado; procurai e achareis; batei e abrir-se-vos-á;
porque todo aquele que pede, recebe; quem procura, encontra, e ao que bate, abrir-se-á.
Qual o pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma serpente?
Ou, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião?
Pois se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que lho pedem!»



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Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano em Estrasburgo
Sermão 17, para a segunda-feira antes do Ascensão
«Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia» (Mt 6,11)
Devemos considerar como e para que rezamos. Quando o homem se quer entregar à oração, deve antes de mais trazer o seu coração para dentro de si, afastá-lo das errâncias e das devassidões onde se perdia e cair com grande humildade aos pés de Deus, pedir-Lhe generosamente esmola, bater à porta do coração do Pai e mendigar o Seu pão, ou seja, a caridade. [...] Seguidamente, devemos pedir que Deus nos conceda e nos ensine a pedir aquilo que mais Lhe agrada na nossa oração e o que nos será mais útil. [...]


Nem todos os homens sabem rezar em espírito, alguns têm de recorrer à oração vocal. Neste caso, dirigir-te-ás a Nosso Senhor com as palavras mais amáveis, mais amigáveis e mais afectuosas que possas imaginar, e isso estimulará também a tua caridade e o teu coração. Pede ao Pai celeste que, através do Seu único Filho, Ele mesmo Se dê a ti, da forma mais agradável, como objecto da tua oração. E quando tiveres encontrado uma forma de oração que, mais que qualquer outra, te agrade e estimule a tua devoção [...], preserva essa forma de rezar e dá-lhe a tua preferência. [...] É necessário bater à porta com diligente perseverança, porque «aquele que se mantiver firme até ao fim será salvo» (cf. Mt 10,22; 2Tm 2,5). [...] «Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!»



Quarta-feira, dia 05 de Outubro de 2011

Quarta-feira da 27ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : Santa Faustina, religiosa, +1935,  S. Benedito, o Negro, confessor, +1589,  Beato Alberto Marvelli, leigo, +1946

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São João Damasceno : «Jesus estava algures a orar»

Evangelho segundo S. Lucas 11,1-4.
Naquele tempo, estava Jesus em oração em certo lugar. Quando acabou, disse-lhe um dos seus discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar, como João também ensinou os seus discípulos.»
Disse-lhes Ele: «Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino;
dá-nos o nosso pão de cada dia;
perdoa os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo aquele que nos ofende; e não nos deixes cair em tentação.»



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Comentário ao Evangelho do dia feito por :

São João Damasceno (c. 675-749), monge, teólogo, doutor da Igreja
Homilia sobre a Transfiguração, 10; PG 96, 545
«Jesus estava algures a orar»
Jesus «orava em particular» (Lc 9,18). A fonte da oração reside no silêncio da paz interior; é aí que se manifesta a glória de Deus (cf Lc 9,29). Porque, quando cerramos os olhos e os ouvidos e nos encontramos no interior, na presença de Deus, quando nos libertamos da agitação do mundo exterior e nos encontramos no interior de nós próprios, então veremos claramente na nossa alma o Reino de Deus. Porque o Reino dos céus ou, se preferirmos, o Reino de Deus, está em nós próprios: é Jesus Nosso Senhor quem no-lo diz (Lc 17,21).


No entanto, os crentes e o Senhor oram de uma maneira diferente. Os servos, com efeito, aproximam-se do Senhor, na oração, com um temor misturado de desejo, e a oração torna-se para eles viagem para Deus e para a união com Ele; alimenta-os com a Sua própria substância e fortalece-os. Mas como orará Cristo, cuja alma santa está unida ao Verbo de Deus? Como Se apresentará o Mestre em oração, como assumirá Ele a atitude de quem pede? Mas fá-lo;  e ao fazê-lo, não será porque, tendo revestido a nossa natureza,  nos quer instruir e mostrar-nos o caminho que, pela oração, nos faz elevar-nos a Deus? Não quererá Ele ensinar-nos que a oração abriga no seu seio a glória de Deus?

Tuesday, October 4, 2011

Novena de Nossa senhora Aparecida

Hoje dia 4 de Outubro/2011 continuaremos com o terço da Novena de Nossa Senhora Aparecida em preparação para a sua Festa a se realizar no dia 12 de Outubro/2011. O Terço será realizado na Igreja São Lucas após a Missa das 19:00 Horas.Todos estão convidados.
Abraços.

Evangelho do Dia

Terça-feira, dia 04 de Outubro de 2011

Terça-feira da 27 semana do Tempo Comum


Santo do dia : S. Francisco de Assis, diácono, +1224

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São Tomás Moro : «Marta recebeu-O em sua casa. [...] Maria [...] escutava a Sua palavra»

Evangelho segundo S. Lucas 10,38-42.
Naquele tempo, Jesus entrou numa aldeia. E uma mulher, de nome Marta, recebeu-O em sua casa.
Tinha ela uma irmã, chamada Maria, a qual, sentada aos pés do Senhor, escutava a sua palavra.
Marta, porém, andava atarefada com muitos serviços; e, aproximando-se, disse: «Senhor, não te preocupa que a minha irmã me deixe sozinha a servir? Diz-lhe, pois, que me venha ajudar.»
O Senhor respondeu-lhe: «Marta, Marta, andas inquieta e perturbada com muitas coisas;
mas uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada.»



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Comentário ao Evangelho do dia feito por :

São Tomás Moro (1478-1535), estadista inglês, mártir
Do Tratado Como Receber o Sagrado Corpo de Nosso Senhor
«Marta recebeu-O em sua casa. [...] Maria [...] escutava a Sua palavra»

Depois de recebermos Nosso Senhor na Eucaristia e O termos presente no nosso corpo, não havemos de O deixar só e de nos ocuparmos doutras coisas sem fazer mais caso d'Ele [...], mas de ter n'Ele todo o nosso sentido. Dirijamo-nos a Ele com ferventes preces e convivamos com Ele em fervente meditação. Digamos como o profeta: «Escutarei o que diz o Senhor dentro de mim» (Sl 85(84),9). Assim, [...] se Lhe dermos toda a nossa atenção, Ele não deixará de pronunciar, no mais íntimo do nosso ser, esta ou aquela palavra e com ela nos proporcionar grande conforto espiritual e proveito para a nossa alma.


Sejamos, ao mesmo tempo, Marta e Maria. Como Marta, façamos de tal sorte que toda a nossa actividade exterior a Ele se restrinja e consista em acolhê-Lo como devemos: primeiro a Ele, e de seguida a cada um dos que O acompanham — a todos aqueles que não são apenas Seus discípulos, mas Ele próprio: «Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25,40). [...] Esforcemo-nos, pois, por conservar o nosso Hóspede. Digamos-Lhe, como os dois discípulos ao entrar no povoado de Emaús, «Fica connosco, [Senhor]» (Lc 24,29). Então, com toda a certeza, não Se afastará mais de nós, a não ser que O rejeitemos com a nossa própria ingratidão.


Segunda-feira, dia 03 de Outubro de 2011

Segunda-feira da 27ª semana do Tempo Comum

Naquele tempo, levantou-se um doutor da Lei e perguntou a Jesus para O experimentar: «Mestre, que hei-de fazer para possuir a vida eterna?»
Disse-lhe Jesus: «Que está escrito na Lei? Como lês?»
O outro respondeu: «Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.»
Disse-lhe Jesus: «Respondeste bem; faz isso e viverás.»
Mas ele, querendo justificar a pergunta feita, disse a Jesus: «E quem é o meu próximo?»
Tomando a palavra, Jesus respondeu: «Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores que, depois de o despojarem e encherem de pancadas, o abandonaram, deixando o meio morto.
Por coincidência, descia por aquele caminho um sacerdote que, ao vê-lo, passou ao largo.
Do mesmo modo, também um levita passou por aquele lugar e, ao vê-lo, passou adiante.
Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, encheu-se de compaixão.
Aproximou-se, ligou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho, colocou-o sobre a sua própria montada, levou-o para uma estalagem e cuidou dele.
No dia seguinte, tirando dois denários, deu-os ao estalajadeiro, dizendo: 'Trata bem dele e, o que gastares a mais, pagar-to-ei quando voltar.'
Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos salteadores?»
Respondeu: «O que usou de misericórdia para com ele.» Jesus retorquiu: «Vai e faz tu também o mesmo.»



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Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Santo Efraim (c. 306-373), diácono na Síria; doutor da Igreja
Comentário do Diatessaron, cap. 16, 9/23
Cristo vem em auxílio da humanidade ferida
«Mestre, qual é o maior mandamento da Lei? Jesus disse-lhe: 'Amarás ao Senhor, teu Deus [...] e amarás ao teu próximo como a ti mesmo'» (Mt 22,36-39). O amor de Deus poupa-nos da morte e o amor do homem poupa-nos do pecado, pois ninguém peca contra aquele a quem ama. Mas que coração poderá possuir em plenitude o amor pelo seu próximo? Que alma poderá fazer frutificar em si mesma, para com toda a gente, o amor nela semeado por este preceito: «Amarás ao teu próximo como a ti mesmo»? Os nossos meios são incapazes, por si sós, de ser instrumentos da vontade rápida e rica de Deus: para isso é necessário o fruto da caridade semeado pelo próprio Deus.


Deus pode, pela Sua natureza, realizar tudo o que quer; ora, Ele quer dar a vida aos homens. Os anjos, os reis, os profetas [...] passaram, mas os homens não foram salvos – até que descesse dos céus Aquele que nos toma pela mão e nos ressuscita.

Sunday, October 2, 2011

Novena de N. S. Aparecida

Amanhã die 3 de Outubro/2011 às 19:00 Horas estaremos iniciando o terço da Novena de Nossa Senhora Aparecida em preparação para a sua Festa a se realizar no dia 12 de Outubro/2011. O Terço será realizado em frente à Igreja de São Lucas, no Jardim de Nossa Senhora de Guadalupe. Todos estão convidados.
Abraços.

Evangelho do Dia

Domingo, dia 02 de Outubro de 2011

27º Domingo do Tempo Comum - Ano A


Santo do dia : Santos Anjos da Guarda

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São Basílio : Dar fruto

Evangelho segundo S. Mateus 21,33-43.
Naquele tempo, disse Jesus aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: «Escutai outra parábola: Um chefe de família plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar, construiu uma torre, arrendou-a a uns vinhateiros e ausentou-se para longe.
Quando chegou a época das vindimas, enviou os seus servos aos vinhateiros, para receberem os frutos que lhe pertenciam.
Os vinhateiros, porém, apoderaram-se dos servos, bateram num, mataram outro e apedrejaram o terceiro.
Tornou a mandar outros servos, mais numerosos do que os primeiros, e trataram-nos da mesma forma.
Finalmente, enviou-lhes o seu próprio filho, dizendo: 'Hão-de respeitar o meu filho.’
Mas os vinhateiros, vendo o filho, disseram entre si: 'Este é o herdeiro. Matemo-lo e ficaremos com a sua herança.’
E, agarrando-o, lançaram-no fora da vinha e mataram-no.
Ora bem, quando vier o dono da vinha, que fará àqueles vinhateiros?»
Eles responderam-lhe: «Dará morte afrontosa aos malvados e arrendará a vinha a outros vinhateiros que lhe entregarão os frutos na altura devida.»
Jesus disse-lhes: «Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os construtores rejeitaram transformou-se em pedra angular? Isto é obra do Senhor e é admirável aos nossos olhos?
Por isso vos digo: O Reino de Deus ser-vos-á tirado e será confiado a um povo que produzirá os seus frutos.



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Comentário ao Evangelho do dia feito por :

São Basílio (c. 330-379), monge e bispo de Cesareia, na Capadócia, doutor da Igreja
Homilia 5 sobre o Hexâmeron, 6
Dar fruto
O Senhor está permanentemente a comparar a alma humana com uma vinha: «O meu amigo possuía uma vinha numa colina fértil» (Is 5,1); «plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe» (Mt 21,33). É, evidentemente, à alma humana que Jesus chama a Sua vinha, foi a ela que cercou, como se fosse uma sebe, com a segurança que proporcionam os Seus mandamentos e a protecção dos Seus anjos, porque «o anjo do Senhor assenta os seus arraiais em redor dos que O temem» (Sl 33,8). Em seguida, ergueu em nosso redor uma paliçada, estabelecendo na Igreja «primeiro, apóstolos, segundo, profetas, terceiro, doutores» (1Cor 12,28). Por outro lado, através dos exemplos dos homens santos de outrora, eleva-nos os pensamentos, não os deixando cair por terra, aonde mereciam ser pisados. Deseja que os abraços da caridade, quais sarmentos de uma vinha, nos liguem ao nosso próximo e nos levem a repousar Nele. Assim, mantendo permanentemente o impulso em direcção aos céus, elevar-nos-emos como vinhas trepadeiras, até aos mais altos cumes.


O Senhor pede-nos também que consintamos em ser podados. Ora, uma alma é podada quando afasta para longe de si os cuidados do mundo, que são um fardo para o nosso coração. Assim, aquele que afasta de si mesmo o amor carnal e a ligação às riquezas, ou que tem por detestável e desprezível a paixão pela miserável vanglória, foi, por assim dizer, podado, e voltou a respirar, liberto do fardo inútil das preocupações deste mundo.


Mas – e mantendo ainda a linha da parábola – não podemos produzir apenas lenha, ou seja, viver com ostentação, ou procurar os louvores dos de fora. Temos de dar fruto, reservando as nossas obras para as mostrarmos ao verdadeiro agricultor (Jo 15,1).



Sabado, dia 01 de Outubro de 2011

Sábado da 26ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : Santa Teresa do Menino Jesus, virgem, doutora da Igreja (+ Lisieux, França, 1897)

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São João Crisóstomo : «Jesus estremeceu de alegria sob a acção do Espírito Santo»

Evangelho segundo S. Lucas 10,17-24.
Naquele tempo, os setenta e dois discípulos voltaram cheios de alegria, dizendo: «Senhor, até os demónios se sujeitaram a nós, em teu nome!»
Disse-lhes Ele: «Eu via Satanás cair do céu como um relâmpago.
Olhai que vos dou poder para pisar aos pés serpentes e escorpiões e domínio sobre todo o poderio do inimigo; nada vos poderá causar dano.
Contudo, não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem; alegrai-vos, antes, por estarem os vossos nomes escritos no Céu.»
Nesse mesmo instante, Jesus estremeceu de alegria sob a acção do Espírito Santo e disse: «Bendigo-te, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado.
Tudo me foi entregue por meu Pai; e ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho houver por bem revelar-lho.»
Voltando-se, depois, para os discípulos, disse-lhes em particular: «Felizes os olhos que vêem o que estais a ver.
Porque digo-vos muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não o viram, ouvir o que ouvis e não o ouviram!»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia e posteriormente bispo de Constantinopla; doutor da Igreja
Homilia 1 sobre a 1ª carta aos Tessalonicenses
«Jesus estremeceu de alegria sob a acção do Espírito Santo»
«Vós fizestes-vos imitadores nossos e do Senhor», diz Paulo. Como? «Acolhendo a Palavra em plena tribulação, com a alegria do Espírito Santo» (1Ts 1,6). [...] A prova afecta a parte material do nosso ser; a alegria brilha nas alturas espirituais. Passo a explicar: os acidentes da vida são tristes e penosos, mas os resultados são alegres, assim o querendo o Espírito. É portanto possível que não nos alegremos ao sofrer, se estivermos a sofrer pelos nossos pecados, mas até deixaremos que nos flagelem com alegria, se for por Cristo (cf. Act 5,41).


É a isto que o apóstolo chama a «alegria do Espírito»; respiramo-la naquilo que a natureza rejeita com horror. Suscitaram em vós mil penas, diz ele, fostes perseguidos, mas o Espírito não vos abandonou nessas provas. Tal como os três jovens foram envolvidos por uma suave brisa matinal na fornalha (cf. Dn 3,50), vós também estais a ser provados. Certamente que a brisa matinal não dependia da natureza do fogo e só podia ser causada pelo sopro do Espírito. Também não está na natureza da provação alegrar-vos, e essa alegria só pode vir dum sofrimento suportado por Cristo, da brisa matinal do Espírito, que transforma num local de repouso a fornalha da provação. «Com alegria» diz ele, e não com uma alegria qualquer, mas com uma alegria inesgotável; é isso que é preciso entender, desde que o Espírito seja o seu autor.



Sexta-feira, dia 30 de Setembro de 2011

Sexta-feira da 26ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : S. Jerónimo, presbítero, cardeal, Doutor da Igreja, séc. IV

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Santo Agostinho : «Quem vos ouve é a Mim que ouve»

Evangelho segundo S. Lucas 10,13-16.
Naquele tempo, disse jeus: "Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sídon se tivessem operado os milagres que entre vós se realizaram, de há muito que teriam feito penitência, vestidas de saco e na cinza.
Por isso, no dia do juízo, haverá mais tolerância para Tiro e Sídon do que para vós.
E tu, Cafarnaúm, porventura serás exaltada até ao céu? É até ao inferno que serás precipitada.
Quem vos ouve é a mim que ouve, e quem vos rejeita é a mim que rejeita; mas, quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou.»



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Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África) e doutor da Igreja
Discursos sobre os salmos, Salmo 49, §23
«Quem vos ouve é a Mim que ouve»
Alguém que ouvira o versículo «Oferece a Deus um sacrifício de louvor» (Sl 49,14), pensou: «Todos os dias, ao acordar, irei à igreja e aí entoarei um hino da manhã; ao final do dia, um hino da noite; e depois, em minha casa, um terceiro e um quarto hinos. Deste modo, farei todos os dias um sacrifício de louvor que oferecerei ao meu Deus». Fazer isto é bom, se realmente o fizeres, mas livra-te de ficares tranquilo com o que fazes e vê que, enquanto a tua língua fala bem perante Deus, a tua vida não fale mal à Sua frente. [...] Toma cuidado e não vivas mal enquanto falas bem.


Porquê? Porque Deus disse ao pecador: «Que tens tu de recitar os Meus mandamentos, com a Minha aliança na boca [, tu que rejeitas as Minhas palavras por trás]?» (v. 16-17) Eis o temor com que devemos falar. [...] Vós, meus irmãos, estais em segurança: se ouvirdes dizer coisas boas, é Deus que ouvis, qualquer que seja a boca que fala convosco. Mas Deus não quis deixar de repreender aqueles que falam, com receio de que adormeçam em segurança numa vida de desordem, afirmando que falam do bem e pensando: «Deus não quererá condenar-nos, pois foi através de nós que quis dizer coisas tão boas ao Seu povo». Portanto, vós que falais, quem quer que sejais, escutai o que dizeis; vós que quereis ser ouvidos, ouvi-vos em primeiro lugar. [...] Possa eu ser o primeiro a ouvir, possa eu ouvir, e ouvir melhor do que todos, «aquilo que o Senhor Deus diz em mim, pois Ele diz palavras de paz ao Seu povo» (Sl 84,9).